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Um celular na mão e uma ideia no coração

Oficinas de audiovisual para uma nova geração de cineastas

A proposta das oficinas profissionalizantes que começam nesta terça-feira, 29 de março, também contempla oficinas com a implementação da Agenda 2030 das Nações Unidas.

Amanda Karolyne

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Para aliar o conhecimento tecnológico da geração que nasceu acostumada com as postagens diárias de vídeos curtos nas redes sociais, jovens de escolas públicas do Distrito Federal e do Piauí, recebem o projeto “Vamos ao Cinema”, com oficinas da rede produtiva do audiovisual. A proposta das oficinas profissionalizantes que começam nesta terça-feira, 29 de março, também contempla oficinas com a implementação da Agenda 2030 das Nações Unidas. As formações têm duração de um semestre, e as inscrições para as escolas do Distrito Federal estão abertas no site até o dia 28 de março.

 

Segundo a coordenadora do projeto, Valéria Marcondes, o projeto entra junto com a nova grade curricular de implementação do Novo Ensino Médio. “Nós temos o interesse de mostrar como seria a rede produtiva do audiovisual para esses jovens, porque quase todos eles, principalmente do ensino médio, lidam muito com o celular, mexendo com vídeos, Reels, tik tok, e já tem muita noção de edição, de como cortar as músicas e etc”, relata. Então, o intuito das oficinas é dar uma noção em nível profissional, para que eles possam produzir um curta metragem com um aparelho celular. Eles vão estudar história de cinema, de animação, como fazer roteiro, edição de fotografia e iluminação e etc. “E as oficinas terminam com a elaboração de um filme curto, de três minutos de duração”, explica.

 

Depois eles terão aulas sobre a elaboração de projeto, para que eles tenham a ideia de como se ganha dinheiro com audiovisual, noção sobre os editais de fomento à cultura do Estado e do Governo. Eles ainda contam com oficinas de introdução de designer para as redes sociais, onde eles aprenderão a comunicar a ideia do filme por meio de postagens, trailers, teasers, e ainda oficinas de introdução ao jornalismo cultural para que eles saibam como promover as obras cinematográficas.

 

Junto de tudo isso, eles terão oficinas sobre a Agenda 2030 das Nações Unidas. A Agenda estabeleceu 17 objetivos de desenvolvimento sustentável, que são metas pré-estabelecidas de impacto ambiental, assinadas por mais de 100 países. “Elas buscam mudar o mundo para melhor, para que até 2030 a gente tenha caminhado em função da erradicação da fome e pobreza, e pelo respeito aos direitos humanos”, destaca Valéria. Ela acredita que muitos de nós não sabemos da existência dessa agenda.

 

Na edição de 2022, a ideia é de que 200 alunos se formem em produção de audiovisual, além de contemplar outros 350, por semestre, na formação de público, que será levado às salas de exibição para assistirem lançamentos nacionais e mundiais, com direito a pipoca e refrigerante.

Em virtude da pandemia, as oficinas serão online e os encontros presenciais ficarão restritos à produção dos curtas-metragens, em si. Neste primeiro semestre, já estão inscritas, as escolas CED 310 de Santa Maria, CEMI do Gama, CED São Francisco, de São Sebastião, CED Darcy Ribeiro, do Paranoá e CED02 de Sobradinho, além das escolas CETI Monsenhor Raimundo Nonato Neto, de Teresina (PI), e Dr. Fausto Cardoso Figueira de Mello, de São Bernardo do Campo (SP). Os alunos inscritos na primeira etapa iniciarão as atividades em 22 de março. Os filmes produzidos passarão por votação popular e ficarão disponíveis no site do projeto e no canal no YouTube. Valéria aponta que o projeto começou em 2009, e foi até 2011, voltou em 2017, 2018 e 2019, e na pandemia, foi reestruturado com uma estrutura online.

O Vamos ao Cinema 2022 tem patrocínio da Oi, pela Lei de Incentivo à Cultura (LIC), da Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal, e apoio do Instituto Oi Futuro.

 

Luz câmera e ação social

Essa edição é especial, por ter a parceria com a Escola 2030, para promover a Oficina de Introdução à Agenda 2030 da ONU, que apresentará os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) aos estudantes. Mauricio Peixoto, embaixador da juventude da ONU, vai dar as aulas das oficinas da Agenda 2030, e já conhecia o projeto por outro nome, Luz Câmera Ação. Mas segundo ele, o projeto ainda não tinha foco de direitos humanos, e aí surgiu a ideia de encaixar com a Agenda.

 

Ele acredita que vai trazer para o projeto audiovisual, uma visão mais social. “O audiovisual e a arte como um todo, tem um papel social muito importante e relevante de dar voz para temas que são deixados para trás e tópicos que precisam ser falados”, afirma. Para ele, a intenção é a de aflorar o lado social dos alunos, para colocar uma luz sobre os temas de desenvolvimento sustentável.

 

Mauricio aponta, que os alunos de periferia acabam sendo mais vulneráveis a desigualdades sociais, e é importante mostrar para eles onde querem chegar. “Pela minha experiência, só de falar sobre isso, sempre tem alunos que têm interesse nesses temas. E eu sou de periferia, estudei em escola pública, fui para Nova York, falei na sede das Nações Unidas, então, acaba sendo uma inspiração para eles, para mostrar que existem oportunidades. O que não é fácil, mas quero incentivar, que sejam mais engajados e percebam que eles podem ser protagonistas da transformação social”, frisa.

 

SERVIÇO:

Vamos ao Cinema

Quando: oficinas – a partir de 22 de março de 2022

Onde: escolas do Paranoá, São Sebastião, Santa Maria, Gama, Sistema Socioeducativo semiaberto (DF) e Teresina (PI)

 

Siga as redes sociais e saiba mais: https://linktr.ee/projetovamosaocinema

 

Repost da matéria publicada no Jornal de Brasília.

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